sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Efeitos nefastos de uma candidatura Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Temer é candidato e nem desmente isso. Através do porta-voz negou apenas que a intervenção no Rio tenha sido feita para cacifá-lo, não que pretenda concorrer. Se for candidato, Temer levará uma sova, e isso também é pacífico. A não ser que nos próximos meses consiga operar milagres que transformem o vampirão em santo. Nem por isso, devem ser subestimados os efeitos nefastos de uma eventual candidatura Temer, que podem ser resumidos num muito provável fortalecimento do campo golpista-conservador.

Disputar a presidência no cargo é uma vantagem assombrosa, especialmente para quem já mostrou que sabe usar, sem constrangimento, os recursos públicos em defesa dos interesses pessoais, como fez para derrubar as duas denúncias. Isso não lhe garantiria votos para se eleger mas certamente fortaleceria os candidatos de sua coligação, tanto na disputa dos governos estaduais como na eleição de deputados estaduais, federais e de senador.

 Eleições casadas, como as nossas, exigem a formação de alianças no plano federal e nos estados. Temer entrou em rota de colisão com alguns aliados, como Rodrigo Maia, que promete ser candidato mas, a partir do momento em que se torne candidato, atrairá candidatos interessados no compartilhamento das vantagens e recursos que ele movimentará na campanha.

Erra a esquerda portanto quando desdenha desta candidatura, que pode amalgamar as forças mais atrasadas, garantindo a sobrevida do retrocesso.

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